Ser mãe é uma missão confiada por Deus. É viver cada dia com a certeza que é um dom, não somente uma questão genética. É Alma. É abraçar o mundo através do milagre da vida. É carregar no corpo o dom da criação, a dádiva da vida, e no coração um amor que não conhece limites. É ter no colo o poder de acalmar, no sorriso o poder de confortar. É ter meu ventre abençoado por Deus e a incumbência de educar, ensinar, amar, cuidar, zelar e se doar.
Com os filhos, aprendemos a simplicidade das pequenas coisas, a alegria pelas pequenas conquistas, a frustração dos primeiros fracassos, a angústia e a ansiedade de os ver doentes mas, acima de tudo, aprendemos imenso sobre o amor. Um amor que nos faz, nestes tempos de incerteza, ter medo. É impossível não pensar nas mães da Ucrânia, e todas as mães que, de uma forma ou outra, vivem as tribulações de ver os filhos em situações limite. No entanto, pela fé, conseguimos avançar, apesar do medo. E é com base nesta mesma fé, que acredito que os meus filhos têm duas mães: a mãe biológica, que os gerou no seu ventre, que sentiu os seus primeiros movimentos, e Maria, a mãe do coração, a quem os confio e rezo para que os proteja. E como é bom sentir o colo de Maria! Termino com as palavras inspiradoras do Papa Francisco: “Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que sois na família e pelo que dais à Igreja e ao mundo. E a ti, amada Igreja, obrigado por seres mãe. E a ti, Maria, mãe de Deus, obrigado por nos fazer ver Jesus. As mães são o antídoto mais forte contra a propagação do individualismo egoísta. São elas que testemunham a beleza da vida.”
Ana Isabel Almeida
(Publicado originalmente no Contacto SVD nº 250)
