30 de dezembro de 2012

Estrada da vida...

Com o espírito aberto e na certeza de que iriam fazer a diferença naquele dia, 15 de Dezembro de 2012, alguns elementos do grupo Diálogos proporcionaram uma tarde natalícia no Lar de Santa Catarina, em Caldas da Rainha. 

Partilhar o melhor que cada um era o objectivo. Saber escutar e saber ver a sensibilidade daqueles idosos cheios de histórias de vidas únicas. 

Foram percorridos quilómetros na longa estrada de vida, pois, alguns idosos mais comunicativos partilhavam um pouco da sua experiência de vida. 
Após o lanche e por confidência, encontrámos uma senhora que viveu durante anos na terra de alguns elementos do grupo. Contou um pouco da sua história e, em particular, da aventura de como tinha conhecido o seu marido, de nacionalidade espanhola e do grande amor que viveram enquanto estiveram juntos. É uma senhora com uma alegria imensa, uma sabedoria incomensurável, com paixão pela vida e com grande saudade do marido. 

Depois, levou-nos com carinho ao seu cantinho mais precioso, o seu quarto e partilhou o seu orgulho mostrando fotografias dos seus sobrinhos e os seus momentos de leitura de que mais gosta. 

Foi uma tarde de sábado com muita chuva fora das instalações do Lar e com um enorme calor humano no seu interior, bem como cheia de emoções. 


O poema que se segue, de autor desconhecido, relata um pouco a vidas dos idosos que cada um de nós deve reflectir: 

Se meu andar é hesitante e minhas mãos trémulas, ampare-me... 

Se minha audição não é boa, e tenho de me esforçar para ouvir o que você está dizendo, procure entender-me... 

Se minha visão é imperfeita e meu entendimento escasso, ajude-me com paciência. 

Se minhas mãos tremem e derrubo comida na mesa ou no chão, por favor não se irrite, tentei fazer o que pude... 

Se você me encontrar na rua, nãofaça de conta o que não me viu, pare para conversar comigo. Sinto-me tão só... 

Se você, na sua sensibilidade me vê triste e só, simplesmentepartilhe um sorriso e seja solidário... 

Se lhe contei pela terceira vez a mesma história num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me.... 

Se me comporto como criança, cerque-me de carinho.... 

Se estou com medo da morte e tento negá-la, por favor, ajude-me na preparação para o adeus.... 

Se estou doente e sou um peso na sua vida, não me abandone, um dia você terá a minha idade... 

A única coisa que desejo neste meu final de jornada, é um pouco de respeito e de amor... 

Um pouco... 

Do que te dei um dia!!! 


Gabriela Heliodoro e Cristina cruz

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