O XII Dia do Voluntário Missionário foi celebrado no passado dia 15 (sábado) com muito entusiasmo e alegria por cerca de 100 participantes. Voluntários recém-chegados, voluntários antigos e voluntários que preparam a sua partida em missão foram os protagonistas deste dia vivido em pleno encontro, partilha, convívio e reflexão comprometendo-se, mais uma vez, com o Mundo pelo qual todos somos responsáveis.
Sábado dia 15 de Outubro, Parque das Nações
Pelas 10h00 teve início o acolhimento dos participantes com café e alguns bolinhos no exterior da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes no Parque das Nações. Alguns elementos da co-organização, Projecto SABI – Associação NAVEGAR e GASTagus animaram os presentes com músicas e jogos quebra-gelo.
O programa do dia, distribuído por altura da inscrição já antevia uma manhã em grande. No interior da Igreja, a partir do altar devidamente preparado para receber os intervenientes da manhã, foi possível reflectir sobre o compromisso do voluntariado a partir de duas histórias de vida absolutamente marcantes, ouvir o Hino ao Voluntariado e as sábias palavras do Pe Hugo Gonçalves.
O primeiro testemunho, foi o de Germana Correia, uma cabo-verdiana em Portugal há vinte e seis anos que partilhou corajosamente os seus momentos de dificuldade depois de um divórcio complicado que para além de alguma mágoa a deixou sem casa e apenas com a roupa do corpo. Quando precisou de ajuda, houve quem lhe estendesse a mão. A forma de retribuir esse apoio foi clara desde o início, viveu e foi apoiada por alguém especial, voluntários, que a inspiraram para a vida. É hoje voluntária no CEPAC e apoia outros imigrantes.
Antes de ouvir o testemunho que se seguia, fomos brindados com a voz de Tó Cruz, o vencedor do Festival da Canção 1995, que cantou o Hino ao Voluntário, uma das músicas do CD FEC Cantáki que reúne temas sobre a Missão.
“Cada vida é um tesouro cada terra um paraíso, o dia é uma batalha que vencemos num sorriso. E nós queremos ver o bem acontecer. Entregamos a vida para o amor crescer” (parte da letra do hino)
Bateram-se palmas, ouviram-se outras vozes a acompanhar o Tó Cruz, todas, em uníssono, revelando a essência do voluntariado e a necessidade de compromisso.
Quando a Maria João Silva, o segundo testemunho, começou a sua explanação depressa percebemos que se encontrava um pouco nervosa, nunca havia falado para um público. A sua vontade de partilha foi superior ao nervosismo, abriu-nos o coração, e contou-nos o seu percurso: foi durante muitos anos toxicodependente. Viveu na rua e nos abrigos nocturnos. Em 2002 foi acolhida pela Porta Amiga da AMI. Quando conseguiu finalmente dar um novo rumo ao seu percurso, ficou a trabalhar na Instituição. Hoje é voluntária e serve outras pessoas pois gosta de ser sentir útil e de ajudar ou outros.
Ambas as convidadas trouxeram à reflexão de todos um carácter profundamente humano e emocional, o seu contributo marcou, sem dúvida que sim, e deu que pensar.
Era a vez da intervenção do Pe Hugo Gonçalves que pertence ao Grupo de Voluntariado Missionário TuakaKumoxi da Paróquia de Famões e tem desenvolvido vários projectos de voluntariado em Portugal e África. Conhecendo por dentro a realidade dos grupos de voluntariado missionário, o Pe Hugo falou-nos sobre o compromisso da missão a partir da sua experiência de vida. Aí está o verdadeiro desafio, comprometermo-nos com a missão após uma experiência pontual de voluntariado – seja ela em Portugal ou num país em desenvolvimento.
Antes do almoço partilhado, foi lançada oficialmente a Agenda do Voluntariado Missionário 2012 que tem sido o rosto da Rede de Voluntariado Missionário já que conta com fotografias e testemunhos dos voluntários em missão. Para além de ser uma fonte de angariação de fundos, é um material de comunicação ao serviço dos grupos de voluntariado pertencentes a esta Rede. O tema da agenda 2012 é “Alimentação – Um Direito Sem Fronteiras”. A Agenda está à venda.Quem estiver interessado pode solicitar o envio através do email –vanessa.furtado@fecongd.org
Depois do almoço partilhado, as energias estavam repostas. Era altura de iniciar a gincana pelo Jardim do Parque das Nações, percorrendo simultaneamente algumas das causas que este ano mobilizaram mais de 1130 jovens e adultos a fazer voluntariado missionário: o Acesso gratuito e de qualidade à Educação, a Luta contra a Fome e a Pobreza, a Igualdade de Género, Preservação da Natureza e Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência. Cada equipa passou por cada um dos postos temáticos, realizando uma actividade que no final dava direito a uma peça de um puzzle. No final da gincana, cada equipa construiu o seu puzzle, percebendo que esse pequeno puzzle integra um ainda maior, o de um mundo mais justo e fraterno.
O dia culminou na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, numa celebração eucarística presidida pelo Pe Tony Neves e dinamizada pelos vários grupos de voluntariado missionário. O dia terminou na certeza do compromisso, na certeza de que juntos, através da alegria do serviço ao próximo, construímos um mundo melhor, e que o voluntariado missionário é, sem dúvida, uma forma de o conseguir!
in Fundação Fé e Cooperação
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