“Olhar atento, mãos estendidas, coração aberto.”
Partimos em missão. Na liberdade de escolha que nos é dada, optámos pelo voluntariado, pondo de parte o puro lazer e o comodismo.
O Centro Santo Estêvão, em Viseu, recebeu um grupo de doze voluntários. Fomos presenteados com um projecto, visivelmente, organizado e um caloroso acolhimento.
Estávamos prestes a viver uma incalculável aventura de amor. Estávamos de coração cheio e uma enorme vontade de nos darmos mas não podemos negar o nosso receio e nervosismo. Temíamos a barreira da comunicação, a incapacidade de lidar com as emoções.
O primeiro contacto com os “meninos”, utentes com multideficiências, ficou marcado pela intensidade das emoções. Foi um momento marcante pois estamos demasiado emaranhados nos nossos problemas, num artificialismo social e raramente paramos para pensar “que temos tudo e mesmo assim morremos de tédio”!
Breves minutos bastaram para que as barreiras fossem quebradas. Pudemos então apreciar gestos de carinho, sorrisos puros, abraços apertados, beijos impregnados de carinho e gratidão.
Este trabalho fez-nos valorizar o que parece muito simples, porque o temos como adquirido: conseguir falar, poder correr, passear no jardim, calçar um sapato, optar por dormir ou ficar acordado, conseguir pegar numa colher, ler um livro…
Rapidamente nos apercebemos que estas pessoas, mais frágeis e mais dependentes, são mais sinceras! Elas nos ensinaram, nos despertaram, nos estimularam. Aprendemos com elas que o “essencial é invisível aos olhos” e tornamo-nos seres mais atentos e mais gratos por podermos experienciar um outro grau de independência.
Adormecíamos com o coração a transbordar de ternura pois encontramos lá o verdadeiro sentido da expressão “entrega ao próximo”!
Esta experiência deve servir de lição para a forma como vivemos o dom da vida. Eu quero que a minha seja guiada pela frase que lia todos os dias no Centro: “Olhar atento, mãos estendidas, coração aberto.”
Beatriz Eusébio
Partimos em missão. Na liberdade de escolha que nos é dada, optámos pelo voluntariado, pondo de parte o puro lazer e o comodismo.
O Centro Santo Estêvão, em Viseu, recebeu um grupo de doze voluntários. Fomos presenteados com um projecto, visivelmente, organizado e um caloroso acolhimento.
Estávamos prestes a viver uma incalculável aventura de amor. Estávamos de coração cheio e uma enorme vontade de nos darmos mas não podemos negar o nosso receio e nervosismo. Temíamos a barreira da comunicação, a incapacidade de lidar com as emoções.
O primeiro contacto com os “meninos”, utentes com multideficiências, ficou marcado pela intensidade das emoções. Foi um momento marcante pois estamos demasiado emaranhados nos nossos problemas, num artificialismo social e raramente paramos para pensar “que temos tudo e mesmo assim morremos de tédio”!
Breves minutos bastaram para que as barreiras fossem quebradas. Pudemos então apreciar gestos de carinho, sorrisos puros, abraços apertados, beijos impregnados de carinho e gratidão.
Este trabalho fez-nos valorizar o que parece muito simples, porque o temos como adquirido: conseguir falar, poder correr, passear no jardim, calçar um sapato, optar por dormir ou ficar acordado, conseguir pegar numa colher, ler um livro…
Rapidamente nos apercebemos que estas pessoas, mais frágeis e mais dependentes, são mais sinceras! Elas nos ensinaram, nos despertaram, nos estimularam. Aprendemos com elas que o “essencial é invisível aos olhos” e tornamo-nos seres mais atentos e mais gratos por podermos experienciar um outro grau de independência.
Adormecíamos com o coração a transbordar de ternura pois encontramos lá o verdadeiro sentido da expressão “entrega ao próximo”!
Esta experiência deve servir de lição para a forma como vivemos o dom da vida. Eu quero que a minha seja guiada pela frase que lia todos os dias no Centro: “Olhar atento, mãos estendidas, coração aberto.”
Beatriz Eusébio
1 comentário:
Magnífico texto, lindo sentir, maravilhosa pessoa. Beijos Bia.
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