Se 2020 foi um ano diferente, também a preparação para o Natal foi vivida nessa diferença. No tempo de Advento reinventamos estratégias para caminharmos fisicamente afastados, mas com um coração presente no mesmo caminho de luz e esperança num Deus Menino que sempre caminhou connosco nestes tempos tão difíceis.
Sempre se ouvia dizer que seria um Natal diferente…que nem ia parecer Natal. As ruas iluminadas, a azáfama das compras, as ruas cheias de gente e de música estiveram praticamente vazias, escuras, silenciosas. Mas será que podemos resumir o Natal a isto?
Reconheço que também não me pareceu Natal, e não estou habituada a grandes festejos, a grandes compras, a grandes mesas. Não me pareceu Natal porque este ano não vi alegria nas pessoas, a generosidade, que nestas alturas as pessoas demonstram, esteve bem mais ausente, os sorrisos estiveram tapados pelas máscaras, os abraços “prisioneiros” da pandemia. Tudo foi vivido de forma diferente! Mas o Natal não é cuidar dos outros?
Que o verdadeiro sentido do nascimento do Menino Jesus não se tenha dispersado e que tenha estado presente em casa família. Que cada um tenha tirado um pouquinho deste dia para agradecer o Natal que, apesar de tudo, pudemos celebrar.
Para o ano 2021, os desejos mais verbalizados são a saúde e que a pandemia termine. E depois? Será que vamos querer ter tempo para estar com as nossas famílias, com os nossos amigos? Vamos querer ter tempo para agradecer ao Deus Menino as coisas boas que tivemos e que muitas vezes nem valorizamos?
Que este Natal tenha mexido com as nossas consciências, recriado a verdadeira história deste acontecimento, e nos tenha ajudado a fazer uma viagem inclusiva até Belém.
Que estas festividades, vividas de forma diferente, nos ajudem a ter mais fé e esperança num ano melhor, com a consciência que isso depende essencialmente de nós.
Artigo publicado no Jornal Contacto SVD Janeiro e Fevereiro 2021
Carina Silva
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