19 de março de 2021

Ser Missão #2

Desafiada a partilhar sobre a temática “Ser missão”, e coincidindo com o dia de São José, parece-me apropriado, baseada na carta apostólica Patris Corde, do Papa Francisco, apresentar a figura de São José. Apesar de estar sempre presente no presépio pouco se fala dele e, quando se fala, é sempre na 3ª pessoa, Pai de Jesus. Mas afinal quem é José, o pai terreno de Jesus?
Ao proclamar o Ano de São José, o Papa Francisco diz: “Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e um guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação.”
De facto, São José é narrado nos evangelhos como um homem que não lhe conhecemos palavras, mas sonhos e obras.
Os sete traços sobre a paternidade de José, apresentados pelo Papa Francisco, têm de ser inspiradores para a nossa vida: Pai amado, Pai de ternura, Pai na obediência, Pai no acolhimento, Pai com coragem criativa, Pai trabalhador e Pai na sombra.
Ao refletir sobre estes traços, deixem-me partilhar convosco como a Missão de Ser Pai no Acolhimento me marcou para sempre. Em 2007, parti, através do grupo Diálogos, para uma missão em Angola, mais especificamente para Tomboco. Com apenas 21 anos, experienciei a força que pode ter em nós o acolhimento, através do Pe. Gustavo Villavicencio SVD. O Pe. Gustavo acolheu-me como um Pai que acolhe uma filha, serenou o meu coração, através das suas serenatas, ao luar, e mostrou-me, com o seu exemplo que através do acolhimento podemos chegar aos corações dos mais frágeis. A vida do Pe. Gustavo era um convite a receber os outros, sem exclusão, tal como são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis.
Ana Isabel Almeida

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